Publicamos no LinkedIn o 2º artigo da série que criamos sobre #comunicaçãocorporativa e #esg.
O ESG (ou ASG em português é a sigla para Environmental, Social and Governance, cuja tradução literal significa Ambiental, Social e Governança) assume cada vez mais destaque no cenário corporativo. Tanto colaboradores e fornecedores, quanto clientes e investidores estão atentos às estratégias de sustentabilidade das empresas e a comunicação sobre elas, o que os ajudam a formar opinião e, portanto, a fortalecer sua reputação. É um processo social composto por vários atores, de dentro e de fora das empresas. Isso porque, o impacto das organizações na sociedade é algo de extrema importância, seja ele positivo ou negativo, e merece atenção para o desenvolvimento de soluções sustentáveis que sejam ideais para todos.
Desta forma, o chamado capitalismo de stakeholders está sendo vivido na prática! A comunicação entre empresa e sociedade, mediada por meio das relações públicas, ganha relevância com a agenda ESG, pelo relacionamento da marca com suas partes interessadas ser a linha de base para a licença social que toda empresa precisa obter para operar.
Todas essas informações passaram a ser compartilhadas pelas empresas com a sociedade, como parte da gestão e de forma muito bem-organizada. Em termos de estratégia de comunicação, os relatórios de sustentabilidade apresentam o posicionamento corporativo como principal mensagem a partir do propósito da empresa. E em termos de planejamento, o propósito apresenta, com transparência, para que serve o negócio, porque ele existe e que valor se destina a criar.
Gestão da agenda ESG
Em termos de governança, qualquer Conselho Administrativo ou Consultivo que se preze, orienta o C-level das empresas munido pelas orientações da agenda ESG, ponderando riscos e oportunidades para a perenidade das empresas.
Apesar de parecer um termo recente, o ESG teve origem na década de 70, quando investidores estavam começando a tomar consciência sobre a importância de considerar a atuação social das empresas e fundos nos quais investiam. O tema da sustentabilidade foi fortemente defendido nas cartas do CEO da BlackRock, Larry Fink. Em 2012, ele chamou atenção para assuntos de governança corporativa como fator necessário para a durabilidade e o desempenho das organizações ao longo prazo. Na carta do ano de 2020, ele faz um alerta com senso de urgência para essa questão, o que é muito significativo, dado que a BlackRock é a maior gestora de recursos do mundo, com US$ 6,96 trilhões em ativos sob administração.
Já as metodologias de indicadores de sustentabilidade nasceram anteriormente. A Global Reporting Initiative (GRI) publicou em 2000 a primeira versão das chamadas Diretrizes da GRI, fornecendo a primeira estrutura global para relatórios de sustentabilidade. Segundo a KPMG, os padrões GRI são utilizados em relatórios de sustentabilidade por cerca de três quartos (73%) do G250 – 250 maiores empresas do mundo – e por dois terços (67%) do N100 – 100 maiores empresas de 52 países diferentes totalizando 5.200 organizações em 2020. Isso significa que, hoje, o GRI é o framework de ESG mais utilizado no mundo.
A responsabilidade do profissional de comunicação corporativa está em se apropriar de todos esses recursos para gerar conteúdo crível e verdadeiro acerca da marca, a partir de suas realizações e resultados, como também assumindo os limites do que é possível transformar para fazer melhores entregas. Os relatórios de sustentabilidade são um excelente instrumento de comunicação para isso. Eles têm sido produzidos com periodicidade anual e utilizados pela gestão para mensurar resultados como refletir sobre decisões futuras.
Países e governos
A consciência sobre economias sustentáveis também está presente em diversas políticas. Durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, em setembro de 2015, foram estabelecidos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que exercem o papel de um guia para os países que se comprometam com o desenvolvimento global até 2030. Eles abrangem diferentes aspectos do desenvolvimento social, proteção ambiental e crescimento econômico.
Em 2016, decorreu-se o Acordo de Paris, um tratado mundial que detinha um único objetivo: reduzir o aquecimento global. Ele foi discutido entre 195 países durante a 21ª Conferência do Clima (COP21), em Paris, aprovado em dezembro de 2015 e entrou em vigor oficialmente no dia 4 de novembro de 2016. Agora acontece a COP27, no Egito, em um cenário de diferentes crises globais: os efeitos da pandemia de Covid-19, a invasão da Ucrânia pela Rússia, desastres climáticos sem precedentes, níveis históricos de chuvas, calor, secas, incêndios e tempestades vêm atingindo praticamente todas as partes do mundo. Ou seja, está no cerne do encontro a gestão climática.
Todos os acordos mundiais são direcionadores para uma gestão socioambiental responsável por parte das empresas e de governos. Não se admite mais às iniciativas pública e privada gerar lucros, sem observar esses direcionadores. Por isso, eles têm composto a narrativa empresarial de forma consistente, o que significa para o cidadão, o quanto a empresa demonstra ser confiável e estar alinhada às demandas globais. Afinal, habitamos em um único e mesmo planeta!
Em resumo, agenda ESG deu fôlego para empresas operarem de forma sustentável e sua entrada transversal nas organizações, afeta todas as áreas e processos, criando oportunidades para a comunicação corporativa atuar e trabalhar a imagem e a reputação das marcas.