Que a Netflix é um sucesso ninguém duvida. Como marca ícone de uma nova categoria de serviço, a programação de entretenimento de streaming por assinatura, tem ditado regras de comportamento da sociedade moderna e ganhado projeção interplanetária com a pandemia.
Tudo certo. Ai de nós se a Netflix não existisse! Recomendo fortemente a série ‘The Queen Gambit’.
A marca nasceu em 1997, e uma de suas co-fundadoras, Patty McCord, liderou a área de talentos da Netflix por 14 anos, de 1998 a 2012 e ajudou a criar o “Culture Deck”, documento que descreve a cultura corporativa da empresa. Hoje, é assessora de start ups e empreendedores, e autora do livro ‘Powerful’: Como construir uma cultura corporativa de liberdade e responsabilidade (Silicon Guild, 2018).
Tudo mais certo ainda. Ai de nós se uma outra visão sobre gestão de pessoas não existisse!
McCord afirma que as ideias da cultura corporativa tradicional não fazem mais sentido e instiga os líderes a buscar um novo jeito de lidar com suas equipes. Em ‘Powerful’, a autora desmistifica uma série de conceitos a respeito da gestão de pessoas, propondo a prática da honestidade radical, debater tudo e foco no futuro no ambiente de trabalho é o que motiva equipes. Um de seus conselhos, oferecidos sempre com bom humor é que os desafios são mais desejados que privilégios ou bônus.
Aí vem a pandemia e a gente fica paralisado. Ai de nós se não nos reinventarmos!
A mudança de onde e como socializar, divertir, comprar e consumir está colocando diferentes demandas nas indústrias e continuará fazendo isso. E é claro que isso já chegou em como nos comunicar com os colaboradores, consumidores de nossas marcas empregadoras. O distanciamento social e a transformação digital colocaram em xequemate muitas das práticas de comunicação interna, calcadas no presencial. O que acelerou o entendimento da experiência do colaborador para a marca conseguir interagir com ele nos momentos que importam.
O recente estudo da FleishmanHillard, Geração C: Uma nova sensatez virtual recomenda que usemos as lentes que a COVID nos deu para nos concentrarmos no que é importante para as pessoas. Conexão, curadoria, criatividade e comunidade: esses são os C’s que unem essa geração conectada por valores e comportamentos.
Na verdade, podemos ampliar os 4C’s para todas as gerações, que se espelham nos mais jovens, os ‘early adopters’, para seguir fazendo parte da sociedade. Não dá para viver sem se conectar. Consumir e compartilhar conteúdo também mantém as pessoas presentes em suas comunidades, mostrando sua opinião e dando foco em temas de seu interesse. E isso é criar!
Concluo que a gestão de marcas como a Netflix e efeitos como uma pandemia devem ser muito bem estudados para que a possamos aprender e reaprender para trazer inovação aos nossos processos de trabalho. Estou nesta ‘vibe’ em 2020!
Claudia Cezaro Zanuso
sócia diretora e founder da DeucomComunicação